A importância de estabelecer critérios de aceitação rigorosos e métodos analíticos sensíveis para evitar a contaminação cruzada silenciosa e assegurar a BPF.
A Validação de Limpeza (VL) é um requisito fundamental das Boas Práticas de Fabricação (BPF), crucial para prevenir a contaminação cruzada entre diferentes produtos ou lotes, que pode comprometer a segurança e a eficácia de medicamentos e produtos para a saúde.
Contudo, a VL não se resume a um procedimento de limpeza operacional. O verdadeiro desafio reside na prova analítica: demonstrar, de forma irrefutável, que os resíduos do produto anterior foram reduzidos a níveis que não representam risco toxicológico ou farmacológico para o paciente.
2. O Desafio Técnico: M.A.C. vs. Sensibilidade Analítica
O rigor da Validação de Limpeza é determinado por dois parâmetros críticos que devem estar em harmonia:
2.1. O Máximo Aceitável de Carregamento (M.A.C.)
Este é o critério de aceitação toxicológico. O M.A.C. (ou Limite Máximo Aceitável) é calculado com base em dados farmacológicos e toxicológicos (como o NOEL – No Observed Effect Level ou o PDE – Permitted Daily Exposure) para determinar a quantidade máxima de resíduo de um produto que pode estar presente no próximo produto, sem causar dano.
O M.A.C. estabelece o alvo regulatório de limpeza: o resíduo deve estar abaixo deste nível.
2.2. O Limite de Detecção (LOD) e de Quantificação (LOQ)
O LOD e o LOQ são propriedades do método analítico escolhido (como HPLC, TOC ou ensaios específicos). Eles definem a menor concentração de resíduo que o laboratório é capaz de detectar (LOD) ou quantificar com precisão (LOQ).
3. O Ponto de Falha Crítica: Quando o LOD é Superior ao M.A.C.
O ponto de falha mais grave na Validação de Limpeza ocorre quando o limite de detecção do seu método analítico é superior ao M.A.C. exigido.
- A Consequência: O seu protocolo de limpeza pode ter sido eficaz, mas o método analítico é insensível para provar isso. A amostra de swab pode retornar um resultado “Não Detectado”, mas, na realidade, o resíduo está presente em um nível que ainda é inaceitável (acima do M.A.C.).
- A Implicação Regulatória: Essa situação configura uma não-conformidade silenciosa. A documentação final atesta a limpeza, mas o método analítico falha em sustentar a conclusão regulatória, invalidando a VL perante a ANVISA ou FDA.
4. A Abordagem Doctor Quality: Integridade e Rigor Analítico
A Doctor Quality entende que a VL exige uma integração perfeita entre engenharia de processos, toxicologia e química analítica.
Nossa atuação garante que sua Validação de Limpeza seja cientificamente sólida e inquestionável em auditorias:
- Cálculo e Definição de M.A.C.: Estabelecemos os limites de aceitação com base em dados toxicológicos rigorosos, definindo o alvo seguro.
- Validação Analítica de Métodos: Garantimos que os métodos de amostragem (swab, rinse) e os métodos de análise (HPLC, TOC) possuam sensibilidade (LOD/LOQ) compatível ou inferior aos limites M.A.C. estabelecidos.
- Racionalização de Grouping: Ajudamos a agrupar produtos (famílias de limpeza) de forma cientificamente justificável, otimizando o número de validações necessárias sem comprometer a segurança.
5. Conclusão: Investir em Sensibilidade é Investir em Segurança
Não basta limpar; é preciso provar a limpeza nos limites mais críticos. A Validação de Limpeza de alto nível protege a saúde do paciente, assegura a integridade do produto e protege sua empresa do custo exorbitante de recalls por contaminação cruzada.
Revise seu protocolo hoje. Seu LOD está protegendo o seu M.A.C.?




